Neste preciso momento, sinto como se tivesse desperdiçado 4 anos da minha vida.
Um ano de namoro no mínimo conturbado, as discussões, o "amo-te" e o "não te amo", as lágrimas, os berros, os telemóveis partidos, a insegurança. Tudo parecia sem importância quando me abraçava, quando me beijava.
Três anos a morar juntos, eu a pensar que ia mudar, que íamos mudar! Algo mudou, efectivamente, mas será que nunca se muda o suficiente?
Os velhos hábitos custam a desaparecer? Ou não desaparecem de todo?
Sim, temos ambos mau feitio. Não poderíamos já saber lidar um com o outro? Sendo sincera comigo mesma, o que pergunto realmente é se ele já não deveria saber lidar comigo?
Faz sempre o mesmo. Sempre, sempre, sempre. Resultou antes, agora soa-me velho, esfarrapado.
Não os carinhos, não, desses sempre irei gostar, estúpida que sou, por mais lágrimas que chore pelas suas parvoíces, que me magoam, não sei se é por ser drama queen, mas dói tanto cá dentro, que a dor se torna física, é o peito, é a barriga, é o pescoço.
Eu quero que pare! Que pare de fazer as coisas que me irritam, mas principalmente que pare de fazer as coisas que me magoam!
Não quero que me peça desculpa.
Não quero que me ignore quando estou chateada.
Não quero que me ignore quando estou chateada.
Não quero que parta o telemóvel. Outra vez. E outra vez.
O que eu quero? Sei lá! Eu quero-o, mas se ele não for assim, então não é ele. Aceito? Será que devo?
Estou cansada.
Não quero mais discussões. Diz-se que é normal, mas assim não. Cada vez que temos uma discussão destas, choro feita parva, não consigo dormir, espero por alguma reacção e não a havendo, afundo-me mais em tristeza. À distancia, pior ainda.
Adiante, adiante, adiante...
Pôr um sorriso na cara, porque não posso demonstrar que me chateei com ele. Afinal, já se sabe que a culpada sou eu e prefiro fingir que está tudo bem a ter que ouvir "devias ser menos exigente", "olha que ele assim vai embora", etc.
Esperar, sentir o coração apertado, não poder fazer nada.