Comecei a escrever este conto num daqueles dias bons... Com recordações boas, com sentimento de felicidade... O final, hum, não exactamente.
E hoje é um dia mau. Por isso, porque não pôr neste meu singelo blog um texto medíocre de minha autoria? Considero-o assim porque... Bem... Não está como quero. Mas não o consigo modificar. É como se fosse... Como se fosse um futuro. Loooool, bastaaaaante longínquo... Enfim.
Já está escrito há algum tempo. Talvez esperasse algum tipo de inspiração... Não sei bem. Mas deixem-me lá mete-lo aqui, que pelos vistos agradou a alguém (!) no hi5.
Enjoy ahahahha =P
I
Dias escuros com um Sol radiante lá fora... Frio, e lá fora raparigas com top's, rapazes com calções..."Não sou como eles".Olha para o Sol. Olha-o fixamente até que ele se torne negro, até que quando olha para outra qualquer coisa, veja cores e cores, e fecha os olhos e vê... Vê alguém, não sabe quem, alguém com um ponto de interrogação à frente da cara. E por mais que se esforce mentalmente para tirar aquele ponto irritante, parece que mais ele se fixa, parece que a face se esvai e ele vai ficando mais nítido."Porque não sei nada?".Olha para a sua mão à frente do Sol. Unhas negras, mãos insignificantes, rodeadas por raios de Sol. Vira a mão, faz um daqueles sorrisos tristes e irónicos, "Se me lessem a mão...". Ri-se por dentro. "Nada seria verdade".Deixa-se ficar a ver o Sol a descer. Deixa-se ficar a ver os rosas, os laranjas, os violetas e os vermelhos daquele pôr-do-sol. Era tão bom se estivesse sempre assim, a pensar em tudo e em nada, a olhar o Sol, com o tempo a passar e sem ter de se preocupar.Não; tem um compromisso.Dirige-se ao quarto. Aquela querida e conhecida desarrumação em que só ela consegue encontrar o que quer e quando quer. Só sua. "Deixar isto... Bom, mau? Não importa".Olha para os poucos peluches; apetece-lhe agarrar-se a eles e deitar-se na cama e deixar-se ficar, ficar... Apetece-lhe tanto e parece tão pouco e sabe que não o pode fazer, ter!"O que quero? Não importa".Pega na mala, nas chaves, sai.
II
Sempre detestou andar sem rumo. Algo que a desconcerta, sempre. Precisa de um rumo. "Hoje não". O seu compromisso é com o acaso, com o risco."Com o nada".A Lua mal se vê. Sente-se só; não é raro.Anda pelos sítios que conhece e que não têm gente. Não sabe exactamente o que quer que aconteça.Senta-se num banco. Está cansada de julgar que algo lhe acontecerá a ela, logo a ela. Imaginação fértil, fértil; "Com o nada...". Sentada fixa um ponto qualquer na vegetação. Vê muito mal na escuridão, só distingue manchas verde-escuras e pontinhos vermelhos aqui e ali.O tempo deve ter passado a correr; olha para cima e está a Lua, grande, brilhante, ali, só para ela. Olha-a, observa-a, ama-a platónicamente. Sorri.Parece que a qualquer momento levantará vôo e irá para os céus, para a Lua, para longe de tudo aquilo, de toda aquela... Realidade.Relembra o que tentava esquecer. Tudo duma vez; como o detesta. Olha para o chão, sente os olhos marejarem. Olha para a Luz daquela Lua. Levanta-se."Para onde ir?".Vai andando, com certo receio de se perder. Uma rapariga sozinha... Sorri ironicamente.Ouve, a determinada altura, o som de... Água? Sim, água. Aproxima-se e aprecia o reflexo da Lua, ali. Ali, a Lua, tão perto.Passam pessoas que a olham, olham-na de lado, ouve murmúrios, pressente risadinhas. Ouve o som dos peixes; tenta fazê-lo sobressair.- Olá, ouve. Vira-se; não esperava vê-lo... Ou esperava?- Olá..., responde.
III
Olham-se por uns segundos, uns segundos quase eternos, uns segundos que não duram quase nada.- Por aqui?- Sim, vim dar uma volta. E tu?- Também, vim com uns amigos.Acena-lhe.Ele senta-se. Porquê? Porque não vai com os amigos? Mas é o quer, o que deseja. Gostava de lhe ler a mente... "Cala-te".Ficam ali sentados a olharem para a água, a ouvirem as suas respirações.- Vais embora?, ele quebra o silêncio.- Sim.Ele pega-lhe na mão, levantam-se. Andam, ela não sabe para onde a leva. Não que isso importe muito, ela está mais preocupada com o gesto, com o que irá acontecer, como é que irá, deverá reagir... "Levar-me".Chegam a um local que mais parecia uma clareira; reconhece o jardim.- Diz-se que este é o local dos amantes escondidos.Ela olha-o. Sentiu uma pontada de dor quando ele disse aquilo, mas ele não nota; ele aproxima-se mais e mais. Sente as suas mão nas costas, aquele calor que tanto esperara. Ela encolhe-se nele.Sente as carícias; festinhas no cabelo, na face. "Quem me dera...". Olha-o, e ele olha-a, e abraçam-se como se o Mundo se lhes tivesse acabado.
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