Não, eu tenho amigos. Tenho-os, só que tenho medo. Não são aqueles amigos do coração. Já os tive, mas agora... Não sei se aguento mais. Queria ter esses amigos de volta. E tento. Mas o meu coração arrepia-se, como se tocasse em água gelada, e afasta-se. Eu, parva, contrario. Tento outra vez. E outra. Até sentir-me pequena e insignificante.
Acho tão injusto fazerem-se de vítimas. Apetece-me gritar-lhes à cara de cada vez que fazem esse papel. Apetece-me dizer EU NÃO SOU PIOR DO QUE TU, então porque é que me tratas como uma portadora de Trissomia 21? Apetece-me atirar-lhes à cara muitas coisas feias, que não se dizem aos amigos. Contudo eu penso, se são meus amigos... Não devo.
Eu já não sei como agir à muito tempo. Se falo, é porque estou errada. Se não falo, é porque estou-me a cagar. Se vou, sinto-me igual a nada. Se não vou, fico com saudades. Portanto o que eu deveria fazer era ter amigos-que-não-são-do-coração. Apenas. Beber um copo, ir ao café, falar banalidades. Aos menos os amigos-que-não-são-do-coração, se se forem embora, se me magoarem, não dói tanto. Não dói nem dar-lhes atenção nem ignorá-los. São apenas bons amigos, para bons momentos.
1 comentário:
doi... e vai-te custar mt n t vou dizer o contrario... infelizmente ja passei por isso e compreendo-te mlhr do k pensas.
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